"Passarinho sem asas"

 



Vocês já viram um passarinho?

É lindo contemplar a beleza dele, o canto e ainda mais o dote de voar... voar alto.

Imagine como é ver a vida lá do alto?

Existem pessoas que se percebem como passarinhos que voam alto, podem cair as vezes, pousar, mas sempre retomam seu voo em busca de seus sonhos, liberdade e autorrealização.

 

Já outras se enxergam no oposto desta metáfora. Se veem como um passarinho que perdeu suas asas, limitada, desvalorizada, deanimadas, sem sonhos, sem esperança, apáticas, isoladas, com um vazio enorme dentro delas, sem saída nas profundezas da terra sem poder ver o céu que é o seu seu lugar.

É um sentimento de desvalia e inadequação que permeia em si, nos outros e no futuro.  Afinal de contas, que futuro tem uma ave feita para voar que não voa? Como é se ver assim? Como é se relacionar se sentindo assim?

 

O que essas pessoas pensam?

Aqui vou trazer alguns exemplos:

“Eu sou um fracasso e não vou conseguir ser feliz.”

“Nada vai dar certo. Nada resolve para mim.”

“Não gosto de ninguém, não vou com a cara de ninguém, não vou com a minha própria cara.”

“Sou ruim.”

“Sofro, ninguém percebe o vazio grande dentro de mim e ninguém sabe como resolver.”

“Estou a ponto de desistir de mim.”

“Estou em um mar de angústia e nunca vou sair daqui. Eu quero, mas não consigo.”

“O pior é se olhar no espelho e não se reconhecer.”

 

Essas pessoas são acometidas pelo transtorno depressivo.

As maiores causas de afastamento do trabalho é a depressão. É mais que uma tristeza passageira, é descrito pelos pacientes como um abismo existencial horroroso que dura semanas, meses e por muitos casos anos.

 

Vale ressaltar que o trasntorno depressivo é diferente de luto. Diante de uma perda significativa é comum a pessoa passar pelas fases do luto e sentir sintomas semelhantes da depressão, no entanto, ela tem um fechamento de aceitação e logo retoma a sua vida honrando o passado, mas olhando para o futuro.


Depressão é uma síndrome clínica comum de causa multifatorial. Pode ser desencadeada por problemas psicológicos ou emocionais de origem variada, alterações do funcionamento cerebral - ou de algumas partes do cérebro – e, ainda, ser secundária a enfermidades clínicas.

Pode apresentar, além de alterações do humor, alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, sempre causando algum prejuízo ao indivíduo.

 

É uma doença incapacitante e atinge 10% a 15% da população ao ano, sendo mais prevalente em mulheres na proporção de 2:1. Há relatos de que, nos homens, a depressão se apresentaria com sintomas não tão característicos, o que dificultaria o diagnóstico (dores físicas, irritabilidade, explosões, insônia, diminuição da libido etc.).

Uma variedade de sintomas pode ser descrito pelos pacientes, entre queixas somáticas dolorosas e não dolorosas, como fadiga, fraqueza, sensação de peso em uma parte do corpo, tonturas, palpitações, disfunção gastrointestinal, falta de ar, mudanças no padrão do sono e apetite, cefaleia, dores articulares e lombalgia.

 

• Os sintomas físicos têm importância elevada no diagnóstico da depressão. Estudos demonstram que 69% a 92% dos pacientes apresentam sintomas somáticos.

• Estima-se que 43% dos pacientes com depressão crônica apresentam sintomas físicos dolorosos e 66% dos pacientes com transtornos depressivos maiores apresentam dor crônica.

• Menor tolerância álgica e decréscimo do limiar de dor, além de pior resposta ao tratamento e história de enxaqueca estão associados a sintomas de depressão.

• Na atenção primária os pacientes com depressão apresentam predomínio de queixas com sintomas físicos (maiores do que os sintomas emocionais) para atendimento em consulta médica ambulatorial. Talvez isto contribua para que, em torno de 50% a 60% dos casos de depressão, não sejam detectados pelo médico clínico.

• É de grande importância o exame minucioso do paciente, para sabermos, com exatidão, qual a sua verdadeira causa.

• Sintomas somáticos complicam a evolução e representam um fator de maior mortalidade em

pacientes com comorbidades clínicas, quando mal interpretados pelo médico, podendo levar ao erro diagnóstico, além de tratamento inadequado.

• Sua evolução é individual e muito variável, mas depende também do diagnóstico precoce, correto e que tratamento adequado seja instituído.

 

Transtorno depressivo maior

• Transtorno depressivo persistente (Distimia)

• Transtorno disfórico pré-menstrual

• Transtorno disruptivo da desregulação do humor*

• Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento*

• Transtorno depressivo devido a outra condição médica*

• Outro transtorno depressivo especificado*

• Transtorno depressivo não especificado*

 

 

Agora deu para entender um pouco sobre essas pessoas que se sentem passarinhos sem asas?

Se você se identificou ou conhece alguém que se sente como um passarinho sem asa, ressalte a importância de tratamento.

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